Cresce a procura por eletrônicos em regiões fora da capital

Por Eletropédia

2 de julho de 2025

Quando se fala em consumo de eletrônicos, o imaginário coletivo ainda associa esse tipo de demanda às grandes capitais. Lojas lotadas na Avenida Paulista, lançamentos esgotando em minutos no Rio, filas em shoppings de Brasília… só que a realidade já está mudando — e bastante. Dados recentes mostram que cidades médias, muitas delas fora dos grandes centros, estão puxando uma nova onda de consumo digital.

Essa mudança de cenário não surgiu do nada. Com a expansão do comércio eletrônico, melhorias logísticas e, principalmente, o aumento do poder de compra em cidades do interior, os eletrônicos se tornaram muito mais acessíveis. Celulares, fones bluetooth, smartwatches, notebooks… tudo isso agora faz parte da rotina de consumo de regiões que antes eram vistas como “periféricas” no mercado de tecnologia.

Há ainda um outro fator importante: o comportamento do consumidor. Moradores de cidades médias estão cada vez mais conectados, exigentes e atentos às novidades. Eles pesquisam, comparam, compram — e exigem atendimento de qualidade. Isso tem feito com que marcas e varejistas mudem suas estratégias, focando mais nesses mercados onde a concorrência é menor e a fidelização é mais viável.

Então, o que está por trás dessa transformação? Quais são os produtos mais buscados, os perfis de consumo e os impactos para o comércio local e nacional? Vamos olhar com mais calma para esse movimento que está, discretamente, redesenhando o mapa de consumo de tecnologia no Brasil.

 

Celulares e acessórios no topo das buscas

Se tem um segmento que lidera o consumo digital fora das capitais, é o de smartphones e seus acessórios. A cada novo lançamento, há um público cada vez maior disposto a investir — mesmo que a aquisição seja feita por parcelamento ou programas de troca. O celular deixou de ser item de luxo e se tornou essencial, especialmente com o avanço do trabalho remoto e do ensino online.

Segundo as notícias de Ribeirão Preto, o comércio da cidade registrou aumento significativo na venda de fones de ouvido sem fio, capas protetoras e carregadores portáteis. Esse comportamento reflete uma demanda não só por aparelhos, mas por uma experiência de uso mais completa — o que movimenta toda uma cadeia de fornecedores.

Outro dado interessante é o perfil dos compradores: jovens adultos e idosos conectados. Sim, a terceira idade tem mostrado cada vez mais disposição em consumir tecnologia, especialmente quando ela facilita a comunicação com a família e o acesso a serviços. O celular, nesse contexto, virou ponte — não só para o mundo digital, mas também para o cotidiano real.

 

Expansão do varejo especializado regional

Com a crescente demanda por eletrônicos, lojistas locais passaram a apostar pesado nesse nicho. O que antes era dominado por grandes redes agora também está presente em comércios regionais bem estruturados, que conseguem oferecer atendimento personalizado, condições de pagamento mais flexíveis e até assistência técnica no local — algo cada vez mais valorizado.

De acordo com o jornal de Ribeirão Preto, diversas lojas da cidade ampliaram seu estoque e contrataram técnicos especializados para lidar com pequenos reparos e atualizações. Isso fideliza o cliente e cria uma relação de confiança que dificilmente se replica em grandes centros com atendimento mais impessoal.

Além disso, os lojistas passaram a investir em marketing digital, criando presença em redes sociais e plataformas de e-commerce locais. Isso conecta o consumidor da região diretamente com o produto, sem precisar esperar dias por uma entrega ou correr o risco de receber algo errado. A experiência de compra fica mais fluida e próxima.

 

Novos hábitos de consumo digital no interior

O comportamento do consumidor mudou — e mudou rápido. Não é mais necessário morar na capital para acompanhar os lançamentos ou aproveitar as promoções do mercado digital. Com a popularização dos aplicativos de compra e a melhoria da infraestrutura de entrega, as barreiras entre interior e capital foram, pouco a pouco, se dissolvendo.

O portal de notícias Ribeirão Preto destacou uma pesquisa local que mostra que mais de 60% dos consumidores da cidade fazem compras de eletrônicos online ao menos uma vez por trimestre. Isso é um índice comparável ao de capitais brasileiras, mostrando que a transformação digital realmente está interiorizada.

E vale destacar o peso da recomendação local: grupos de WhatsApp, influencers regionais e até vendedores de loja física que atuam como consultores digitais têm ajudado a moldar esse novo cenário. O consumidor confia em quem conhece — e a digitalização, longe de afastar, está criando novos vínculos comerciais baseados na proximidade.

 

Impacto no comércio local e microempreendedores

O aumento da procura por eletrônicos também vem abrindo espaço para novos negócios locais. Pequenos empreendedores passaram a importar gadgets, montar lojas virtuais e até criar marcas próprias de acessórios. Em cidades médias, onde os custos são mais baixos, esse tipo de negócio pode prosperar com rapidez.

Segundo as últimas notícias Ribeirão Preto, há um crescimento expressivo no número de MEIs atuando com venda de eletrônicos, principalmente acessórios personalizados. É o caso de capas de celular customizadas, suportes para carros, cabos reforçados — itens simples, mas com boa margem de lucro e alta procura.

Esse movimento também fortalece o ecossistema local. Com mais gente comprando e vendendo na própria cidade, o dinheiro circula mais, o comércio ganha fôlego e o serviço melhora. É o interior digitalizando sua economia sem depender exclusivamente de grandes players — e, com isso, criando oportunidades que antes pareciam restritas aos grandes centros.

 

Gadgets de uso pessoal ganham protagonismo

Fones bluetooth, smartbands, relógios inteligentes, caixas de som portáteis… esses pequenos eletrônicos estão cada vez mais populares nas cidades médias. E não é só por vaidade ou moda — esses produtos têm se mostrado úteis no dia a dia, especialmente para quem busca mais praticidade ou quer monitorar hábitos de saúde.

Além disso, esses gadgets são mais acessíveis do que smartphones top de linha, o que os torna entrada perfeita para quem quer consumir tecnologia sem gastar tanto. Em cidades menores, onde o orçamento ainda é um fator importante, essa faixa de produto é um verdadeiro sucesso — e uma porta de entrada para outras categorias mais complexas.

O interessante é observar que o uso desses dispositivos também tem impulsionado novos serviços. Aplicativos locais de corrida, academias com sistemas integrados, clínicas com agendamento online… tudo isso se conecta à expansão dos gadgets. Quando a tecnologia entra no cotidiano, ela cria redes — e essas redes geram mais consumo, mais dados e mais negócios.

 

Educação digital e o consumidor informado

Um dos efeitos colaterais mais interessantes dessa onda de consumo é a evolução do próprio consumidor. Em cidades médias, o acesso a informações, tutoriais e comparativos fez com que o cliente se tornasse mais crítico — e, consequentemente, mais exigente. Não basta o eletrônico estar disponível: ele precisa funcionar bem, ter assistência e cumprir o que promete.

Isso eleva o padrão do comércio local, que precisa acompanhar esse novo perfil. Lojas se atualizam, vendedores se especializam e até escolas técnicas têm incluído conteúdos sobre manutenção de gadgets e uso consciente de tecnologia em suas grades. É uma transformação silenciosa, mas com efeito profundo na relação entre tecnologia e sociedade fora das capitais.

E, no fundo, essa maturidade do consumidor é o que garante a continuidade do crescimento. Porque não se trata de uma febre passageira, mas de uma nova etapa na inclusão digital brasileira. Uma etapa que tem menos a ver com onde se mora — e mais com o que se deseja consumir, aprender e compartilhar.

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